sábado, outubro 28, 2006 |
Perfect World? |
Aborto...ao falar-se de aborto, há um conceito que a meu ver, e no contexto actual, lhe é indissocíavel: a clonagem! Refiro-me à clonagem num sentido minimalista...uma clonagem que teria o objectivo de evitar e ultrapassar todas as doenças degenerativas e com componente genética, que poderia-mos vir a padecer. Mas onde entra o conceito de aborto nesta ideia? Pois bem, clonarnosiamos, e e induziriamos o aborto do feto clonado no 2º ou 3º mês de desenvolvimento, de forma a se recolher as células fetais, as células percurssoras de todos os orgãos do nosso corpo, coloca-las em cultura, e assim obtermos um armazém de peças sobressalentes à nossa maquinaria, ou seja teríamos uma fábrica pronta a produzir qualquer orgão necessário ao nosso organismo. Agora imagine-mos esta ideia a grande escala, à escala global: assustador? encorajador?...não sei, hesito! Nã minha opinião, e como homem de cìência, é de facto uma ideia fascinante, mas visto pelo prisma da ética e dos valores pelos quais me regulo, é perturbador, assustador, e inconcebível. Senão pensem nas conseqências: Seria bom sem dúvida, a possibilidade de aumentar a nossa esperança de vida associada a uma boa qualidade de vida; contudo este aumento não será, ou muito dificilmente será, acompanhado do aumento da idade reprodutiva...ou seja a população envelheceria, e assistiría-mos a uma cescente sobrepopulação do planeta, com consequente deparecimento dor recursos de que dispomos, pois a maioria não são renováveis a curto prazo, muito menos com as politicas orfãs de susutentabilidade que possuimos actualmente. Esta sobrepopulação levaria a pressões nas gerações mais jovens no sentido de restringir a reprodutividade. Outros problemas de cariz social se levantariam e provocariam o caos no sistema, tal qua o conhecemos: reformas, segurança social, população activa...
Mas, e como não podemos dissociar o aborto da engenheria génetica, o mais assustador que me surge, é o uso de ambos no intuito de criar a "raça perfeita", à semelhança do tentado por Adolf Hitler (talvez fosse um visionário...ou um profeta). Podemos chegar ao ponto, onde será possivel manipular os nossos filhos para que estejam livres de todo o tipom de doenças genéticas, fisicas ou psiquicas, e mesmo escolher a cor dos olhos, ou se irá ter talento para as artes, ciencias ou letras...ou seja altera-se o rumo da selecção natural, passando-se a uma selecção artificial com graves consequências ao nível da variavilidade genética da população humana, necessária à evuloção e adaptação. Que belo mundo este onde todos seriamos perfeitos...belo ou aborrecido? Num mundo perfeito, onde estariam os pensadores, os utópicos, as questões que fazem evoluir a sociedade, que dá emoção e cinética as nossas vidas...seriam um mundo letárgico de zombies...mas no entanto zombies saudáveis e belos!
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posted by Anónimo @ 2:37 da manhã |
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3 Comments: |
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A minha primeira reacção ao teu texto é PARABÉNS.
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agora vamos ao comentário a sério... ao ler a tua dissertação vem-me à memória, por esta ordem, um trabalho que fiz na faculdade, para a cadeira de Bioética, sobre Eugenismo. Expressava na altura preocupações semelhantes às que expões agora. Confesso que esta sociedade me desaponta mais e mais. Já não concordo com a actual Lei e, se o meu voto não fosse tão necessário dia 11 de fevereiro, podes ter a certeza de que não iria votar. Só na cabeça de uma pessoa muito pequenina cabe a ideia de referendar algo... como a Vida Humana. É ridículo! A Vida Humana não é para referendar, mas para proteger. Principalmente proteger as menos protegidas e, em particular, as indefesas. 23 anos atrás estava eu, por esta altura, a dar o meu 56º pontapé dentro da barriga da minha Mãe. Obrigado, Mãe, por me teres ouvido! queria vir para aqui, rir, enriquecer essa tua Felicidade, e fazer dos que me rodeiam pessoas mais felizes! Obrigado também por tudo o que por mim fizeste, o que me ensinaste e o que sofreste até hoje. Obrigado pelos Valores que me transmitiste, que me impedem agora de deixar passar incólume um atentado sem pudor aos que ainda não estão protegidos pelas 10 semanas! sim, pois num só dia, toda aquela 'pequena criança' (feto!) muda completamente de estatuto. Às 10 semanas e um dia nenhuma mulher tem já o direito de por termo a vida que ela gerou. Muito podia dizer aqui, caro Mário! fico contente por saber que há pessoas a pensar como tu, pessoas essas que me dão a garantia de que as crianças vão continuar a nascer. Se vão crescer nos braços dos Pais biológicos ou Pais que lhes dão amor mas não são os biológicos, não me preocupa. Conheço duas pessoas (assim de repente) que são adoptadas e podem ter a certeza que além de serem felizes, sabem dar valor à vida! mas sabem o que é melhor? fazem muitas pessoas que os rodeiam MUITO FELIZES! força nisso Mário!
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o segundo flash que me vem à memória, ao ler o teu artigo, é o filme matrix, onde a sociedade ganhou uma letargia tal que é controlada por uma vontade exterior... e nós ficámos estagnados, no já habitual e tranquilo 'deixa andar', 'a mim não me falta nada'! onde vamos parar?
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A minha primeira reacção ao teu texto é PARABÉNS.