quinta-feira, julho 13, 2006
Crónica: Retratos
(...) O sofrimento - se bem que te possa parecer estranho- é o motivo pelo qual existimo, porque é o unico meio pelo qual nos tornamos conscientes da existência. E a recordação do sofrimento no passado é-nos necessária como garantia, como testemunho, da continuidade da nossa entidade. (...) Se a nossa vida tivesse sido aquilo que o mundo imaginava, uma simples vida de prazer, devassidão e riso, eu não seria capaz de me lembrar de uma única passagem dela. Porque foi cheia de momentos e dias trágicos, amargos, sinistros nos seus avisos, insípidos ou terríveis nas suas cenas monótonas ou vioLências inesperadas, eu posso ver e ouvir cada incidente permonorizadamente. Na verdade, pouco mais posso ver ou ouvir.

in "De Profundis" - Oscar Wilde

Permitam-me apenas um pequeno aparte: seria interesante pensar nestas palavras do "mestre" Wilde, à luz da misteriosa ideia de Nietzsche -O eterno retorno- em que nos diz que um dia, tudo o que se viveu se há-de repetir ainda uma e outra vez e que essa repetição se há-de repetir ainda uma e outra vez até ao infinito!
Se cada segundo da nossa vida se repetir um número infinito de vezes, ficamos para sempre pregados a eternidade como Jesus Cristo à cruz! Assustador, tendo em conta que o que marca a nossa existência é o sofrimento segundo Wilde...
posted by Anónimo @ 2:25 da tarde  
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